Olá, pessoal do RH! Setembro chegou, e com ele, uma pauta super importante que, como profissionais, precisamos abraçar de vez: o Setembro Amarelo. Mais do que uma campanha, é um alerta, um convite à ação e à reflexão. É o momento de reacender a conversa sobre a saúde mental e o bem-estar no ambiente de trabalho, garantindo que o cuidado se estenda para os 365 dias do ano.
De onde surgiu o Setembro Amarelo?
A cor amarela e a iniciativa vêm de uma história que nos toca profundamente. Em 1994, nos Estados Unidos, um adolescente chamado Mike Emme tirou a própria vida. Sua família e amigos ficaram devastados e, durante o funeral, distribuíram cartões com uma fita amarela e a frase: “Se precisar, peça ajuda”. O carro de Mike era um Mustang amarelo, daí a cor. A ação deles foi tão impactante que se espalhou, se tornando um símbolo global da prevenção do suicídio. A data de 10 de setembro foi escolhida como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Por que a saúde e o bem-estar dos colaboradores precisam ser uma prioridade do RH?
A saúde mental dos colaboradores é nossa responsabilidade, e ela impacta diretamente a produtividade, a criatividade e a retenção de talentos. Ignorar essa pauta não é mais uma opção. Dados recentes do Ministério da Saúde mostram que o Brasil é o país com maior número de pessoas com transtorno de ansiedade do mundo. Além disso, a OMS aponta que a depressão é a principal causa de incapacidade no trabalho, resultando em mais de 12 bilhões de dias de trabalho perdidos anualmente em todo o mundo. Isso não é só um número, é a realidade de muitos dos nossos colegas.
O profissional de RH não é apenas um gestor de pessoas, mas um guardião do capital humano da empresa. Nosso papel vai muito além de contratações e demissões; precisamos criar ambientes de trabalho seguros, onde o diálogo sobre saúde mental seja natural, sem tabus ou julgamentos. A empresa precisa ser um lugar onde as pessoas se sintam à vontade para buscar ajuda e onde essa ajuda esteja acessível, sem medo de estigma ou de represálias na carreira.
O que podemos fazer na prática, o ano todo?
- Promover o diálogo de forma contínua: Organize palestras, workshops ou rodas de conversa com especialistas em saúde mental não apenas em setembro, mas periodicamente. Inclua o tema em programas de integração de novos colaboradores e em reuniões de equipe. Quebre o silêncio e normalizem a conversa.
- Oferecer suporte prático e acessível: Tenha programas de apoio psicológico, parcerias com plataformas de bem-estar ou até mesmo um profissional de psicologia disponível na empresa. Comunique ativamente esses recursos para que todos saibam onde e como buscar ajuda.
- Capacitar lideranças com empatia: Nossos gestores são a linha de frente. Eles precisam saber identificar sinais de sofrimento nos seus times, como mudanças de comportamento, queda de produtividade ou isolamento, e como agir de forma empática e eficiente, sem se tornarem terapeutas, mas sim facilitadores que encaminham para o suporte adequado.
- Criar uma cultura de acolhimento e flexibilidade: Incentive pausas, promova atividades que aliviam o estresse e reveja políticas internas que podem gerar sobrecarga. O bem-estar precisa ser uma prioridade estratégica, e não apenas uma ação pontual. Isso inclui flexibilidade de horários, incentivo a atividades físicas e o reconhecimento da importância do descanso.
Lembre-se: o Setembro Amarelo é uma porta de entrada para uma conversa que precisa acontecer o ano todo. A conscientização deste mês é crucial, mas a verdadeira transformação acontece quando o cuidado com a saúde mental se torna um valor inegociável da empresa. Vamos usar nosso conhecimento e nossa posição para fazer a diferença na vida das pessoas que movem nossas empresas.
E você, o que sua empresa tem feito para abraçar a causa da saúde mental de forma genuína, o ano todo?
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Camila Franjotti – Especialista em Gestão de Pessoas